segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Dos Capuchos
Sentado no corredor, tento alhear-me do que me rodeia, foge-me o pensamento para os lados da imaginação , pego no nome dos Capuchos e substituo os doentes que estão por aqui,espalhados, pelos monges com Capuchos. Oiço cânticos gregorianos , penso em Santo Agostinho, que dizia que "quem canta ora duas vezes" e sou interrompido "...Dª Isabel Silva é favor entrar para a sala de espera da..." os cheiros , os gemidos , as conversas de corredor , o choro das criança, tudo faz parte de um calvário que termina sabe-se lá onde.
Chega a minha vez , um gigante, com sangue das Africas, acompanha-me ao tratamento, da-me os contrastes e vai falando de whisky irlandês, uma simpatia.
Termina o que cá vinha fazer e Onilo, despede-se e com graça dizendo-me, Onilo ,não esqueça não é O'Neill.
Dou uma gargalhada e saio, com a fantástica sensação de que os hospitais públicos têm gente extraordinária. Ponho o capacete, engreno a primeira e volto a ouvir os monges.
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